top of page

Mãe Domitilde - Trajetória

Estudo sobre a Magia Divina

          Daniel Rodrigues de Souza

Considerações Iniciais

 

Este documento tem por finalidade informar em linhas gerais as características da Magia Divina, sendo este, o Sistema de Magia trazida ao Plano Material pelo Mestre de Luz e Mago Rubens Saraceni, Inspirado pelo Mestre Espiritual Seimam Hamiser Yê, Senhor Ogum Megê Sete Espadas da Lei e da Vida.

 

Para dar base ao objetivo destes textos, que é a Magia Divina, utilizamos informações retiradas diretamente das Obras do Mestre Rubens Saraceni, acrescidas por minha visão como Iniciado em diversos Graus da Magia Divina e estudante de alguns sistemas de magias antigas como a Alquimia, o Xamanismo, a Cabala, além de autores como: Eliphas Levy, Franz Bardon, Francis Barrett, Paracelso, Os Três Iniciados, dentre outros.

 

A Magia (Tradicional)

 

A Magia, principalmente durante e após a Idade Média (Era das Trevas segundo denominam os historiadores), recebeu uma conotação negativa, associada ao culto de demônios e às práticas de sacrifícios e orgias. Foi chamada de feitiçaria, bruxaria e até foi palco de assassinatos através da Santa Inquisição.

 

Mas nem sempre foi assim! A Magia e suas diversas vertentes como a Cabala, a Alquimia e o Xamanismo, foram as primeiras manifestações de reconhecimento entre o humano e o Divino, ainda na pré-história, sendo praticada através de cultos à natureza, desenvolvendo no homem o respeito ao equilíbrio de suas ações.

 

Do ponto de vista funcional e simplificado, a Magia é o Instrumento ou o Meio por onde as diversas facetas da energia Divina, incluindo Espíritos e Seres Naturais, podem ser ativadas e direcionadas para um fim determinado.

Ela também serve de base concreta (não dogmática ou unilateral) para a evolução consciencial do Ser consigo mesmo, para com o meio em que vive e para com todo o resto da Criação.

 

Sua natureza em si não pode ser classificada como boa ou má, pois isso não existe no fundamento da Criação, porém, sua prática pode levar à harmonia ou desarmonia nos meios onde é empregada, de acordo com as motivações e aplicações de seu ativador, assim, surgindo a noção de Magia Branca e de Magia Negra.

 

É importante ressaltar que em Deus, Criador de Tudo, não há um sentido maléfico-destruidor ou punidor, mas apenas funções reguladoras de Sua Criação, como por exemplo, para o corpo humano a destruição e trituração de um alimento não é um ato de maldade, mas sim, uma necessidade de transformação de um alimento em partículas menores, culminando na matéria-prima à vitalização do corpo físico.

 

Assim, chegamos a duas constatações:

 

1. De Deus são produzidos efeitos, que para fins de simplificação os denominaremos neste momento por: construtivos e destrutivos. Estes têm o propósito definido de serem agentes das transformações necessárias à manutenção de tudo o que foi Criado por Ele, sem que nisso haja a conotação de bem ou mal, mas simplesmente a de evolução contínua;

 

2. O direcionamento indevido de energias destrutivas, a partir de nós seres humanos, gera um resultado desarmônico em relação ao equilíbrio da Criação.

 

Portanto, o “mal” está na ignorância e má utilização humana daquilo que é Divino, e sob hipótese alguma, o “mal” seria algo criado por Deus com o cunho punitivo, mas sim, com o propósito regulador da criação.

 

Desta forma, compreendemos que a Magia é um caminho abrangente em sua aplicação, que nos foi aberta, no plano material, de acordo com a maturidade e estágio evolutivo da humanidade, com a função de esclarecer gradativamente nossa origem e nosso caminho, enobrecendo nosso caráter, instruindo-nos e dotando-nos de ferramentas poderosas de harmonização entre todos os espíritos (encarnados e desencarnados), além de promover ordenadamente o intercâmbio entre as diferentes realidades e vias de evolução dos seres existentes.

 

A Magia Divina

 

Baseado no capítulo anterior percebemos que da mesma maneira que a Magia é um recurso extraordinário de auxílio à nossa evolução, ela também pode ser utilizada com cunho funesto que somente retarda este processo inexorável, mas mesmo assim, causando sofrimentos.

 

Há dezenas de milhares de anos, no planeta Terra, a humanidade atingiu um estado consciencial evolutivo altíssimo, no qual, a harmonia imperava e o virtuosismo (caminho pela Luz) era a via de evolução do ser humano. Posteriormente, a Terra e a humanidade sofreram diversas alterações, tendo rebaixado seu nível vibratório, a fim de adequá-la à acomodação de outros espíritos que não haviam acompanhado o ritmo vigente de evolução. Isso ocorreu através de um cataclismo (referente à Atlântida), impelindo a humanidade a um novo sistema sócio-evolutivo.

 

Assim, neste novo ciclo evolucionista, sendo a nova média consciêncial dos seres encarnados inferior à do estágio anterior, houve a abertura de cultos e práticas ativadoras de aspectos viciadores e desarmonizadores, cujos resultados caóticos vivenciamos até o momento, além dos próprios erros que geramos para as multidões em função de nosso egoísmo e ignorância.

 

Por outro lado, Mestres Espirituais que atuam na faixa da Terra com o propósito de auxiliar-nos em nossas evoluções, vem de tempos em tempos inspirando-nos a novas práticas, novos conhecimentos, novas concepções, resultando nos avanços que também são facilmente percebidos em nossos tempos.

 

Devido ao padrão evolutivo atual, foi permitido pela Lei Maior que novos mistérios fossem revelados e colocados à nossa disposição para auxiliar nosso crescimento e ajuste energético.

 

Assim temos a Magia Divina: um sistema magístico trazido ao conhecimento da matéria através do Mestre de Luz e Mago Rubens Saraceni, inspirado pelo Mestre Espiritual Seimam Hemiser Yê, estando adequado ao nosso grau de amadurecimento e necessidade de ação.

 

Este sistema é aplicado exclusivamente para fins harmonizadores, não sendo possível ser invertido ou utilizado para fins funestos, tendo se mostrado na prática, um instrumento poderosíssimo para a realização de curas, reequilíbrios energéticos, limpezas e reordenação da vida de milhares de pessoas, como já ocorrem.

 

Através deste Sistema Iniciático, diversos aspectos antes velados pelos antigos alquimistas e ocultistas, foram descortinados, padronizados e orientados de forma adequada à assimilação e às possibilidades de realização das práticas magísticas nos tempos atuais, nos quais não temos acesso contínuo aos pontos de forças naturais.

 

A finalidade da Magia Divina é possibilitar a todas as pessoas que desejem se iniciar nela, sem distinção de sexo, raça ou religião, obterem ferramentas eficientes para auxiliar a si mesmo e aos seus semelhantes, sendo um servidor da Lei Maior e da Justiça Divina e atuante Guardião dos Mistérios Divinos perante os quais for Iniciado.

 

O Mago e a Magia Divina

 

Desde os tempos imemoráveis os Magos são vistos como figuras temíveis, dotadas de poderes sobrenaturais ou simplesmente como personagens de contos infantis.

 

O Mago na Magia Divina está bem longe de ambas as descrições, sendo que ele na realidade é um Servo, um Instrumento da Vontade Divina, mais especificamente de Sua Lei Maior, com o propósito único de utilizar com sabedoria e responsabilidade os recursos que lhe foram concedido através de suas iniciações e conhecimentos.

 

A Iniciação é uma “concessão de uso” conferida ao Mago pela Divindade Regente de um determinado Mistério, que disponibiliza ao Mago a chave para ativar e desativar os Poderes Divinos, objeto das práticas magísticas que serão realizadas por ele. Desta maneira, como já dissemos anteriormente com outras palavras, caso o Mago na Magia Divina tenha um procedimento contrário aos ditames da Lei Maior, dele serão retiradas e recolhidas suas Iniciações, pelas Divindades Regentes dos Mistérios, já que foram mal utilizadas.

 

Assim, fica claro que esta Magia é regida pela própria Onisciência Divina, o que garante o equilíbrio e a concretização de seu propósito.

 

As Iniciações na Magia Divina são puramente rituais, ou seja, não exigem provações ou tarefas a serem cumpridas. Elas acontecem em um local consagrado a isso, sob a presença dos Tronos, dos Mestres e das Hierarquias do Plano Astral, que são os verdadeiros Iniciadores dos Graus de Magia, além da orientação do Mago Iniciador encarnado, que descreverá as posturas (posições das mãos e do corpo) para que os iniciandos recebam de forma adequada as vibrações Divinas, durante a cerimônia.

 

Após esta etapa, com a concessão para trabalhar com os Mistérios Divinos, o Mago passa a evocar, ativar e direcionar Poderes Divinos, energias, vibrações, magnetismos, símbolos e seres elementais (não confundir com elementares) respectivos ao seu Grau de Iniciação, determinando suas ações positivadoras, purificadoras, regeneradoras, reordenadoras e demais ações necessárias à harmonização de seus consulentes, locais de trabalho profissional e religioso, além de seus familiares.

 

Por estes motivos, existem etapas a serem seguidas para obtenção de um ótimo trabalho. O futuro Mago deve receber a Iniciação, pois, somente assim os Tronos Regentes dos Mistérios Maiores aos quais ele será Iniciado, poderão reconhecê-lo como Guardião de seus Mistérios e atender às suas evocações. Além disso, o Mago deve doutrinar a sua própria mente (mais amplo que o conceito de Cérebro) para direcionar corretamente os poderes que lhe foram colocados à disposição após suas evocações.

 

Gostaria neste momento de mencionar algumas diferenças entre Médium e Mago.

 

Inicio dizendo que ambos são Instrumentos Divinos, que O servem de maneiras diferentes.

 

O Médium atua como canal para os poderes de seus Mentores Espirituais através da incorporação (em seus vários níveis) e se utiliza de rogativas e oferendas para colocar em ação as hierarquias espirituais para um propósito.

 

O Mago atua animicamente e conscientemente, ou seja, por si só e sem o concurso de incorporações em quaisquer níveis, sendo orientado intuitivamente ou telepaticamente por seus Tutores, os Mestres Espirituais de Magia. Ele utiliza-se de várias chaves para ativar energias oriundas de diversas faixas vibratórias e dimensões paralelas, em geral, não utilizando o concurso de espíritos intermediadores, já que ele em si é o desencadeador das ações. Também vale dizer que o Mago é responsável por absolutamente tudo o que faz no campo de suas ativações e determinações.

 

Entretanto, não quero dizer que um Mago não possa ser um Médium e vice-versa, mas gostaria de delimitar conceitualmente a diferença, onde o Mago atua no campo da Lei Maior e o Médium atua no campo religioso, salvaguardado por seus Guias e Mentores espirituais, que quanto a eles, esclarecemos que são Magos desencarnados, atuando a partir do plano astral e utilizando como meio de comunicação e atuação na realidade material, seus filhos, os médiuns.

 

Prosseguindo na Magia Divina, devemos dizer que, em geral, para sua realização não são necessárias vestimentas específicas, nem mesmo horários, dias ou locais especiais, portanto, poderá ser praticada em quaisquer locais e em quaisquer situações nas quais o Mago estiver presente e for orientado, através de um Desejo sincero de auxiliar ao próximo, que será a melhor indicação de que a Vontade Divina vibra em seu íntimo.

 

Por fim, não são exigidas dietas ou abstenções de certos tipos de alimentos, tanto nas Iniciações, quanto nas práticas, sendo apenas necessário que o Mago tenha sempre uma postura de reverência e respeito ao Criador e suas Divindades Regentes e siga criteriosamente os procedimentos de evocação, ativação e direcionamento dos Mistérios Divinos, conforme foi orientado durante sua fase de instrução.

 

Deus e o Mago

 

De acordo com o conhecimento vigente e toda a sabedoria magística, Deus é o nosso Divino Criador e Criador Supremo de tudo o que existe. Ele não é um espírito, mas antes uma Energia Primeira, o Mental Supremo, presente em todos os seres, astros, planos, realidades e dimensões por Ele criadas.

 

Todas as suas criações têm em si a correspondência de seus potenciais, porém em forma latente, e que devem ser despertados, ao passo do que chamamos de evolução consciêncial.

 

Sua Criação tem diversas vias evolutivas, sendo a humana apenas uma delas, portanto, realmente não estamos sós no universo e estamos caminhando, neste momento, a passos largos para entrar em contato com outras facetas de seus Mistérios Divinos.

 

O Mago não deve ter a visão de Deus como algo distante ou fora dele, pois em cada átomo dos elementos químicos, em cada célula de nosso corpo físico, em cada cor do espectro, em cada vegetal, em cada animal, em cada pensamento, em cada emoção e etc, estão a presença do Deus Manifestado.

 

É importante fixar esta imagem abrangente de Deus, pois, em geral, as religiões buscam delimitar ou apartar Deus de sua Criação, o que sem sombra de dúvidas, à Luz dos sublimes ensinamentos, não é verdadeiro, pois o Criador e somatória de sua criação são a mesma coisa, ao mesmo tempo.

 

Espiritualizar-se, Iluminar-se, Evoluir, são palavras mal compreendidas, pois quase sempre, entendemos isso de forma unilateral, mas, posso afirmar que o nosso caminho está em simplesmente Compreendermos a Nós Mesmos e Compreender as mais diversas Facetas da Criação.

 

Quero dizer que a cada passo que damos à compreensão íntima, conhecemos um pouco de Deus e nos iluminamos. A cada passo que damos à compreensão dos outros seres humanos, conhecemos um pouco de Deus e nos iluminamos mais. A cada passo que damos à compreensão do universo, dos seres, das formas e das energias a que estamos inseridos, conhecemos um pouco de Deus e nos iluminamos mais. E num âmbito mais sutil, a cada passo que damos à compreensão das Leis Universais, suas manifestações e como utilizá-las em benefício próprio e de nossos semelhantes, conhecemos um pouco de Deus e nos iluminamos mais.

 

Este é o caminho do Mago e é isso que nosso Divino Criador espera de nós, como Servos Guardiões e Instrumentos de Sua Vontade Divina, concedendo-nos a chance de utilizarmos com sabedoria algumas chaves de seus Mistérios Divinos. Neste caminho as maiores recompensas são: a própria ascensão e a ascensão de nossos semelhantes, aprendendo a fazer da nossa pequena vontade a manifestação integral da Vontade Divina.

 

Os Tronos Divinos, seus sentidos e elementos

 

Vamos agora adentrar na metodologia codificada da Magia Divina.

 

Como vimos, Deus manifestado gera toda a Criação. Dentro da compreensão atual, que já vem sendo relatada por diversos segmentos iniciáticos e não-iniciáticos, ao menos nos últimos 5 mil anos, Deus manifesta-se através de 7 qualidades primordiais, o assim chamado Setenário Sagrado.

 

Em outras codificações chamam-se planetas, raios, luzes, orixás, deuses (mitologia), poderes da natureza, assim também como o Divino Criador teve e tem diversos nomes ao longo da história humana, sem assim deixar de Ser o que É.

 

Na Magia Divina, as 7 manifestações primordiais das qualidades Divinas, bem como seus desdobramentos vibratórios, como veremos mais à frente, são chamadas de Tronos de Deus.

 

Os 7 Tronos de Deus são classificados de acordo com a maneira como O podemos perceber, ou seja, os sentidos da Fé, do Amor, do Conhecimento, da Justiça, da Lei, da Evolução e da Geração, pois comumente reconhecemos Deus através da Fé, através de seu Amor, através de sua Justiça, através da Vida (geração) e assim por diante.

           

Assim temos os Setenário Sagrado e seus respectivos elementos:

 

Trono da Fé – Elemento Cristalino

Trono do Amor – Elemento Mineral

Trono do Conhecimento – Elemento Vegetal

Trono da Justiça – Elemento Fogo

Trono da Lei – Elemento Ar

Trono da Evolução – Elemento Terra

Trono da Geração – Elemento Água

 

Sete Tronos, sete sentidos da vida, sete elementos e principalmente, sete características base de formação dos seres quanto à sua personalidade e via evolutiva.

 

Os 7 Tronos primordiais são a manifestação direta do Criador e estão assentados no nível mais sutil da criação. Logo abaixo deles, ou seja, em menor nível vibratório (de acordo com o desdobramento da própria criação), estão assentados os Tronos Intermediários, que são os Tronos Regentes Universais, Galácticos, Solares, Planetários, Multidimensionais, além de Tronos Regentes de Dimensões ou Vias Evolutivas específicas como os Tronos Fatorais, Tronos Essenciais, Tronos Elementais, Tronos Duais, Tronos Encantados, Tronos Naturais e Tronos Celestiais.

 

A característica básica de um Trono é ser um Mental que irradia a partir de Si uma ou várias Qualidades do Criador, de forma pura (um único elemento) ou mista (vários elementos).

 

Neste momento, cabe um comentário esclarecedor: Nós, espíritos humanos somos sustentados pelas Irradiações Divinas geradas pelos diversos Tronos existentes, ou seja, nós as absorvemos para a manutenção de todo o nosso ser. Quanto aos Tronos, eles são detentores de Mistérios Divinos Vivos, que geram irradiações de acordo com suas características.

 

Os Tronos, a partir dos níveis intermediários da criação, manifestam-se através da dupla polaridade, ou seja, a positiva e a negativa. A positiva é irradiante ou construtiva e a negativa é absorvedora ou destrutiva. Positivo e negativo não faz nenhuma referência ao “bem” e ao “mal”, mas tão somente às funções da criação como, por exemplo, a função agregadora (que uni duas ou mais coisas como na junção de átomos) é positiva e a função desagregadora (que separa duas ou mais coisas como na quebra de moléculas) é negativa. Outra referência é a dupla polaridade de uma “pilha”, que contém os pólos positivo e o negativo e que não funcionaria sem eles.

 

Comparando os sistemas antigos e o da Magia Divina, diversas magias antigas, para a realização de seus trabalhos, se ocupavam da evocação de espíritos (de Luz ou trevosos), seres elementares (não confundir com elementais), utilização desativada de elementos condensadores fluídicos como pedras, ervas, chamas (fogo), terras, dentre outros instrumentos magísticos, e de símbolos e grafias cujos significados e poderes que atuam por trás deles se perderam ao longo do tempo.

 

A Magia Divina é baseada na ativação direta dos Tronos de Deus, ou seja, da mais pura e sutil vibração que podemos colocar em ação direcionada em um trabalho de magia.

 

Também atua através da utilização ativada (abertura de portais dimensionais) das pedras, ervas, terras, águas, velas e etc, além de símbolos fundamentados, multiplicando em muito seus poderes de realização.

 

Através dos Tronos Regentes, os Tronos específicos serão ativados para a concretização das determinações mágicas dadas pelo Mago. Isso explica definitivamente a questão sobre qual a Magia Divina não poder ser invertida, ou seja, utilizada para fins desarmonizadores e produtores do caos entre os seres da criação, pois sob hipótese alguma são evocados poderes negativos ou poderes aos quais não se sabe o que podem fazer.

 

Fatores de Deus e Ondas Fatorais

 

Adentrando mais aos Mistérios dos Tronos de Deus, temos os Fatores de Deus, que são irradiados a partir dos Tronos, através das Ondas Fatorais, e se apresentam como as menores partículas da criação.

 

“No princípio era o Verbo...” disse o apóstolo João (o Evangelista) nas Sagradas Escrituras, dando a real intenção de que o “Verbo” é a própria “Ação Divina”, ou seja, não simplesmente uma palavra que se refere a algo, mas sim uma ação concreta.

 

Este “Verbo” são os Fatores Divinos, que para melhor compreensão, tomaremos como exemplo o Fator Equilibrador, regido pelo Trono da Justiça:

 

Este Fator equilibra, equaliza e ajusta tudo o que por ele for “tocado”, seja um processo químico (equilíbrio químico na reação de mistura entre duas substâncias), seja um processo psicológico (equilíbrio dos pensamentos ou das emoções), assim como um processo judicial (solução de pendências e desacordos).

 

Podemos depreender deste exemplo que os Fatores nascidos de Deus e manifestados através dos Tronos, vêm executando e concretizando ações referentes às suas características, desde o mais sutil até o mais denso. Estudaremos mais sobre este assunto no próximo tópico.

 

Neste momento, vale à pena ressaltar que ao trabalharmos com a Magia Divina, de acordo com o procedimento correto, estes Fatores são evocados e posteriormente direcionados para coisas ou pessoas, para que realizem trabalhos, como por exemplo, o Fator Ordenador, que depois de evocado, poderá ser direcionado, através de ordens mágicas, para que passe a Ordenar o corpo físico, o espírito, o mental, os chakras, os corpos internos, o ambiente de trabalho profissional e espiritual, os familiares e a casa de uma determinada pessoa.

 

E o que dizer dos trabalhos magníficos que podem ser realizados por Fatores como: positivador, purificador, energizador, desmagiador, desenfeitiçador, conscientizador, concentrador, regenerador, curador e outros tantos possíveis? Sem dúvida, a magia colocada em ação para beneficiar a nós e aos nossos semelhantes é uma Dádiva Divina.

 

Sobre a formação do Plano Material

 

Não pretendemos aqui esgotar o assunto, nem tão pouco nos aprofundar no tema, pois seria necessário uma enciclopédia inteira e um conhecimento que ainda não temos no plano material. Porém gostaria de ressaltar alguns pontos que foram fundamentais para uma compreensão maior da minha parte quanto à ação dos Fatores Divinos.

 

Citamos a pouco as Ondas Fatorais. Por ondas temos comumente a imagem da característica sinuosa da propagação das ondas de rádio e TV.

 

As Ondas Fatorais também se propagam de forma sinuosa, mas também, de diversas outras formas, como retas e ondeantes, de orientação inclinada, horizontal, vertical, de cima para baixo, de baixo para cima, etc. As ondas atravessam toda a Criação, desde o nível vibratório mais alto (sutil) até o mais denso, concretizando sua ação em tudo o que toca e formando telas vibratórias que surgem a partir do entrelaçamento ou entrecruzamento das mesmas.

 

Os formatos de propagação das Ondas Fatorais no sutil geram no plano denso elementos materiais e símbolos que, mesmo sem termos consciência disso, se assemelham às ondas originais e o conhecimento esotérico reconhece estas ondas fatorais presentes já em nível planetário como prana. Vamos exemplificar, e como anteriormente, tomaremos por base a Onda Fatoral do Amor.

 

A forma de propagação das Ondas Fatorais do Amor são coronárias, ou seja, em forma de coração, que já é um símbolo reconhecido por todos os humanos como o símbolo do amor. Mas também encontramos esta forma na fruta maçã e nas folhas dos trevos. Isso indica que esta fruta e estas folhas são prioritariamente constituídos pelos Tronos do Conhecimento, por serem do elemento vegetal, e do Amor, por sua forma.

 

E assim, encontraremos elementos em forma de flechas, arredondados, estrelados, raiados, triangulares, espiralados, etc., de acordo com as diversas formas de propagação das respectivas Ondas Fatorais.

 

Através do estudo da Escrita Mágica Divina ou Pontos Riscados, o Mistério das Telas Vibratórias é revelado e será fácil perceber ao nosso redor a relação entre uma gama de elementos densos (materiais) e suas respectivas regências.

 

O que é importante ser fixado neste momento é que as Ondas Fatorais vêm se densificando (rebaixando sua vibração) e se entrecruzando (combinando-se com outros Fatores) até tornar-se material e formando este plano ao qual habitamos.

           

As Diferentes Realidades e Vias de Evolução

 

Paralelamente à dimensão humana, temos diversas dimensões que comportam seres semelhantes ou bem distintos a nós, que seguem vias evolutivas que não seguem os mesmos parâmetros que conhecemos. Isso se deve à multiplicidade da Criação Divina e o próprio Mestre Jesus, o Cristo, disse: “Na casa de meu Pai existem muitas moradas”.

 

Para cada plano ou dimensão evolutiva, existe um Trono Regente específico, que cria as condições (meio ambiente), acolhe e ordena a evolução dos seres que nela habitam.

 

Ao que sabemos, somente a dimensão humana tem o processo de encarnações, sendo que nas outras vias, a memória nunca é momentaneamente apagada, assim, não havendo processos de morte material, mas sim um continuum existencial.

 

A classificação geral dos estágios e dimensões evolutivas é:

 

Dimensões Fatorais – Estágio inicial de nossa caminhada, ainda como centelhas Divinas vivas, porém totalmente inconscientes. Os seres são distinguidos por seu Fator ou qualidade, já que foram gerados no íntimo de Deus e logo depois foram amparados por um Trono de Deus específico, ou seja, um dos 7 Tronos.

 

Dimensões Essenciais – Vivem nelas os seres virginais, ainda totalmente inconscientes, porém, amadurecendo através da captação das vibrações de seu Trono gerador.

 

Dimensões Elementais – Habitam nelas os seres guiados pela intuição (ligação direta com Deus e seu Trono Regente) e que habitam dimensões puras do seu elemento respectivo, assim, um Elemental do fogo não tem contato com um da água, por exemplo.

 

Dimensões Duais – Nelas os seres são instintivos, pois passam a vivenciar a dupla polaridade, ou seja, o seu positivo e o negativo (que não são referências ao bem e ao mal), em função da inclusão de um segundo elemento em sua formação.

 

Dimensões Encantadas – Nelas vivem os seres semiconscientes e desenvolvendo o emocional, a partir da inclusão de um terceiro elemento em sua formação.

 

Dimensões Naturais – Vivem nelas os seres conscientes e desenvolvendo o mental a partir da inclusão de um quarto elemento em sua formação. Neste estágio, temos a dimensão humana sendo uma das 77 existentes.

 

Dimensões Celestiais – Sendo um estágio acima do Natural, vivem nelas os seres mentais e ascensionados.

 

Estas dimensões caminham paralelas à humana e os clarividentes, os intuitivos e os estudantes de desdobramento costumam vê-los, quando lhes é permitido um contato, para fins de aprendizado ou divulgação.

 

A via humana ou espiritual, pois os outros não são seres espirituais, é a única no estágio Natural que pode absorver e deve desenvolver os 7 elementos, o que nos tornam diferenciados dos demais seres no estágio natural de evolução. Para isso temos o processo de encarne e desencarne, pois, somente assim (esquecimento temporário e densidade da matéria) poderemos evoluir em condições adequadas às vivências estimuladoras de nossas capacidades.

 

A Aplicação da Magia Divina

 

A Magia Divina se utiliza de elementos simples de serem encontrados para construção de espaços mágicos para trabalhar pessoas presentes fisicamente ou testemunho (nomes, fotografias e etc.).

 

Os espaços mágicos são, inicialmente, os delimitadores da ação dos poderes evocados em relação ao ambiente no qual o Mago se encontra. Nele são depositados os elementos condensadores (ervas, pedras, água, velas e outros, de acordo com o poder a ser evocado) que por sua vez se abrem, como portais, após sua ativação, gerando uma verdadeira usina energética Fatoral ou Elemental que passará a realizar trabalhos de acordo com as determinações mágicas do Mago.

 

Assim temos basicamente 3 passos processuais: construção do espaço mágico, ativação dos poderes e direcionamento do trabalho.

 

Como já havíamos descrito, não são necessárias vestimentas especiais, nem dias, nem horários, nem locais específicos, sendo um trabalho realizado no silêncio, com reverência à Deus.

 

Também o iniciado poderá ativar mentalmente suas magias, não sendo necessária a construção do espaço mágico fisicamente, mas apenas da evocação dos poderes e projeção a partir do Mago para o consulente ou desencarnado, posteriormente executando as determinações do trabalho.

 

Trata-se de uma magia simples, sem rituais, mas extremamente funcional para auxílio imediato e prolongado a si e aos nossos semelhantes.

 

A questão de ouro sobre a Magia Divina é: se foi permitido vir ao conhecimento do plano material um sistema de trabalho magístico com procedimentos tão simplificados, isso se deve ao fato de que ela deve ser utilizada para ajudar o maior número de pessoas e não para guardar somente para si. O pensamento de forma universalista lhe ajudará a definir bem o que os mestres espirituais desejam de você, para se interessar em seguir este caminho de Luz.

 

A Magia e a Terapêutica

 

O uso da Magia Divina não se resume a trabalhos, como costumamos chamar, “pesados”. Tradicionalmente a magia foi associada às quebras de magias negras, trabalhos de feitiçaria, bruxaria, encantamentos e aprisionamentos, bem como para obtenção de riquezas, longevidade, proteção, etc.

 

Graças à difusão das terapias alternativas como Reiki, Feng Shui, Radiestesia e Radiônica, Cromoterapia, Metafísica, TVP, TLT, Apometria, Passes, dentre outros, temos hoje uma visão mais abrangente sobre o potencial de cura que os tratamentos energéticos podem proporcionar.

 

Assim, um Iniciado na Magia Divina que também tenha acesso a estas técnicas, poderá utilizá-las de maneira potencializada, sendo propício neste momento esclarecer uma dos principais diferenciais deste Sistema Mágico trazido pelos Mestres Espirituais, como segue em forma de exemplos:

 

1. Um terapeuta que se utiliza de pedras em seu sistema de terapia energética, está utilizando a energia vibrada naturalmente por aquele tipo específico de mineral. Bem, como vimos linhas atrás, os elementos materiais são formados a partir de uma matriz sutil, a que chamamos de Fatores Divinos. Através das densificações (rebaixamento de faixas vibratórias), os Fatores vão se condensando, gerando os elementos materiais, que se tornam em si mesmos condensadores e concentradores energéticos de um conjunto específico de Fatores Divinos. Um mineral é neutro e irradia a energia condensada em si, porém, quando ativada magisticamente, abre em si mesma um portal (passagem) de acesso às dimensões minerais sutis que a formaram, ou seja, as dimensões geradoras e sustentadoras daquele elemento material. Com este portal aberto, o Mago/Terapeuta direcionará estas energias originais para o consulente, dando-lhes determinações positivadoras genéricas e específicas para transmutar as enfermidades e dificuldades apresentadas, aumentando em muito o potencial de concretização da cura, além de permanecer atuando mesmo após a saída do consulente;

 

2. Tomando por base o exemplo anterior, o mesmo ocorrerá nas técnicas de cura que se utilizam de ervas, do fogo, das luzes, da água, da terra, dos metais, do ar, dos passes, das massagens, etc.;

 

3. No caso de técnicas se utilizam de desdobramentos, bem como de recursos psicológicos, a Magia Divina servirá como sustentadora e potencializadora energética do trabalho, podendo realizar descargas energéticas, recolher energias densas e destrutivas, desbloquear condensações energéticas de quaisquer ordens, reequilibrar o mental e o emocional, proteger o consulente e os terapeutas, formar cadeias energéticas (prisões energéticas), dissolver e recolher instrumentos obsediadores, purificar, curar e redirecionar milhares de espíritos sofredores ao mesmo tempo, facilitar processos anímicos, mediúnicos e intuitivos, dentre outros benefícios que aqui não podemos mencionar, respeitando a Lei do Silêncio.

 

Espero ter elucidado alguns exemplos mais presentes nas terapias atuais utilizadas no ocidente, deixando claro que a Magia Divina emprega o concurso de energias em suas diversas freqüência, não se utilizando do concurso de espíritos ou seres inferiores duais.

 

A Magia e a Religião

 

Passo a expor a minha opinião pessoal sobre o assunto.

 

Diversas linhas magísticas apregoam que a Magia é também uma Religião.

 

Outras linhas disseminam que a Magia não é Religião, pois, não depende da Fé. Temos os conceitos humanos e um pouco de semântica que distorcem estes conceitos, porém, em nosso comentário, não queremos tomar a parte pelo todo, causando uma má e falsa impressão sobre as grandes obras do passado, sobretudo, de admiráveis e respeitáveis Magos.

A visão que sigo define o Mago como um Agente da Lei Divina. Assim, um Mago não é bom ou mal, ele simplesmente é o que é: um Instrumento do Criador.

 

Sendo a criação vasta de seres, faixas vibratórias, energias, dimensões, realidades, planos e sistemas tão distintos, devemos admitir que ainda não temos condições de definir corretamente como funciona o TODO. Logo, as Religiões têm um papel fundamental, que é o de direcionar a Fé de seus adeptos, criando uma maneira de entender o ainda inteligível, dando-lhes segurança e ferramentas funcionais para se utilizar das benesses Divinas.

 

Também devemos levar em consideração as condições sócio-culturais e o momento histórico de cada povo, para compreendermos a função de cada dogma, crença e regra que são difundidas através das Religiões. Estas auxiliam a manter toda uma nação sob um controle, que à priori, deverá ser benéfico, reduzindo a possibilidade de insanidades e degradações coletivas.

 

Claro que sabemos que diversas crenças são levadas ao extremismo, assim, causando malefícios a muitas pessoas, porém, em geral, as Religiões são maneiras eficientes de conseguir dar ao indivíduo a Esperança para prosseguir em sua caminhada, as Diretrizes básicas de convívio em sociedade, a Identidade Cultural que fortalece o inconsciente coletivo, criando uma certa uniformidade de pensamentos, sentimentos, emoções e costumes, além de levar alguns indivíduos a reconhecer, mesmo que por alguns momentos, sua UNIDADE com o TODO.

 

Portanto, para não haver interpretação errônea, chamo de Fé este CONTATO com o CRIADOR e não simplesmente acreditar em algo que está escrito em algum livro, sagrado ou não. Na minha visão, a Fé é um estado de consciência, momentâneo ou permanente, no qual apesar de não “vermos” concretamente o Criador, podemos sentir-nos parte integrante do grande emaranhado energético do TODO.

 

Entendo que o Mago não deve seguir aficionadamente a uma Religião, porém, não deve também negar a nenhuma, pois em cada uma delas está uma parte da Verdade.

 

“Absolutamente tudo que existe tem uma utilidade.”

 

Os que são versados na metafísica poderão compreender este comentário, pois tudo tem um significado. O Verdadeiro Mago se questiona em busca da compreensão do TODO, independente de em qual degrau evolutivo se encontre. Logo, se existe, deve ser analisado com mente aberta às diversas possibilidades.

 

“Tudo o que existe é resultado das combinações de Elementos Primários da criação e segue a Lei da Correspondência Vibracional.”

 

Magia é Ciência Divina, pois existe uma Ordem Imutável para tudo o que foi e é criado pelo Grande Arquiteto. Assim, não é ao acaso que existe uma correspondência facilmente perceptível entre os chakras, os corpos, as cores, os minerais, os vegetais, as personalidades, os ciclos naturais, os planetas (míticos), os arquétipos, as notas musicais, os sons, os sabores, os aromas, as doenças, as partes do corpo físico, as situações que vivenciamos externamente, a casa em que moramos, o ofício que executamos e assim por diante. Tudo é igual, diferenciando-se apenas na forma na qual se manifesta.

 

Em outras palavras, temos inumeráveis efeitos, porém numeráveis causas primordiais. O Mago busca compreender esta base e, a partir de então, estuda cuidadosamente seus desdobramentos.

 

Gostaria de citar aqui um exemplo pessoal.

 

Quando tinha aproximadamente 14 anos de idade, encontrei um violão antigo de meu pai e decidi aprender a tocá-lo. Um amigo emprestou-me algumas revistas contendo músicas cifradas (cifras são representações simplificadas dos acordes e são comumente utilizadas no estudo de música popular), para que eu aprendesse a tocar violão, como a maioria das pessoas aprende. 

 

Sem nenhum motivo específico, resolvi aprender a tocar não através das cifras, mas por um método de violão clássico (erudito), que se baseava em partituras. Anos mais tarde, vim perceber minha facilidade em tocar vários outros instrumentos além do violão, incluindo instrumentos de percussão e temperados.

 

Foi então que percebi que não havia aprendido a tocar violão, mas sim, havia aprendido a “tocar” música, pois a Teoria Musical que havia aprendido não se limitava a um instrumento, possibilitando-me compreender como tocar quaisquer instrumentos, havendo somente que adaptar minha coordenação motora para a execução específica em cada um.

 

Claro que isto não fez de mim um exímio executor em quaisquer instrumentos, porém, não desconheço o funcionamento primordial de nenhum deles. No que isso me ajudou? Minha mente funcionava com a visão do TODO e não somente de uma parte.

 

Analogamente, o Sacerdote vê o que existe do ponto de vista de sua Religião, incluindo todos os atributos adjacentes a cada uma. O Mago vê o que existe do ponto de vista do TODO, no qual nada está de fora. Ele conhece a Teoria Musical do TODO e assim, pode entrar e sair de todas as filosofias, religiões, artes e ciências, sem abalar sua estrutura (energias, crenças e valores), porém sempre agregando novas experiências, dotando-o cada vez mais uma personalidade magnética, admirável, sábia, respeitável, cativante, imponente, bondosa, humilde, sincera e principalmente, transcendente! Assim, o Mago atinge o estado de Fé.

 

Por fim, a Magia não depende em absoluto da fé ordinária ou religiosa, pois trata tão somente da utilização de Chaves Específicas para a movimentação de Forças Universais disponibilizadas pelo Criador. O sucesso de uma ação magística depende somente da Fé Transcendente ou “Poder da Vontade” do Mago, em consonância às Leis de Ordem Divina e às condições receptivas do ser ou objeto ao qual a Intenção do Mago se direciona.

 

O Mago exerce a Fé Transcendental para entrar em contato com o TODO. Exerce Poder, pois foi outorgado (iniciado) pela Lei Maior. Concretiza sua ação quando sua Intenção está em sintonia com a Justiça Divina. E é reconhecido imediatamente pelo Criador quando se conscientiza de sua condição de Instrumento Divino, parte tão importante quanto todas as outras partes do TODO.

 

A Magia e a Ciência

 

Estudando os antigos conceitos sobre magia (digo antigos em função de suas datas e não por serem ultrapassados), percebemos claramente que os Alquimistas, os Ocultistas, os Xamãs, os Curandeiros e diversas outras classes que se debruçavam sobre os estudos dos Mistérios Maiores, são os precursores de tudo o que conhecemos hoje como ciência.

 

Podemos tomar por comparações recentes, as intervenções médicas realizadas pelos Incas, Astecas e Maias, que chegavam ao ponto de operar o próprio cérebro dos membros de sua tribo, sem a necessidade de anestesias e instrumentos como conhecemos hoje.

 

No Tibet, existem ainda hoje sábios que deixam seus pacientes sedados somente com seu poder hipnotizador e para curar utiliza-se de seu conhecimento sobre as ervas, os emplastos e os pontos energéticos (chakras e meridianos) no corpo de seu paciente.

 

No campo da Física, já se sabia que era a Terra que girava em torno do Sol, mesmo antes de sua comprovação científica. Na química, já eram conhecidas as mais diversas possibilidades de composições de substâncias para, por exemplo, fazer o aço (espadas), mesmo antes de sua redescoberta na atual metalurgia.

 

Tudo o que “descobrimos” provém de algo que já existe na Criação Divina. A Magia, como a primeira forma ritual e livre de contemplação do Divino, trouxe ao homem a possibilidade de acessar as Verdades Maiores e trazê-las à prática, com o fim de avançar nossa evolução.

 

É pena que muitos destes “Magos”, intuitivos ou conscientes, foram queimados em fogueiras ou tiveram de viver isolados, para não serem mortos, pois, tudo o que é novo e não atende à média de compreensão vigente, passa a ser considerado falso, pelos intelectuais, e herege, pelos fanáticos religiosos.

 

A Magia é a Ciência Divina, que traz para os dias de hoje as indicações do que será comprovado adiante, pois este também é o caminho da ciência terrena, já que estar ciente é ter compreensão e estar de acordo com algo. Assim, a ciência terrena caminha para a compreensão da Divina e a Divina apóia esta busca, desde que respeite o equilíbrio natural.

 

A Jornada do Mago

 

Gostaria de abordar este assunto dividindo-o sob alguns pontos de vista, como seguem.

 

1. Quanto ao papel do Mago encarnado

 

Quando encarnamos, nos esquecemos de nossa jornada anterior e isso é um fato.

 

Algumas pessoas recebem “insights” de suas encarnações anteriores, porém essa é uma situação mais rara de ocorrer. Se assim o é, existe um motivo! A partir do “esquecimento temporário” durante a encarnação, a pessoa pode fazer novas escolhas e trilhar novos caminhos, de acordo com novos pontos de vistas e vivências em sociedades e culturas diferentes, assim, alimentando o seu próprio “Eu Superior”.

 

Essas experiências podem ser virtuosas ou viciadas, o que resultará, após o desencarne, numa somatória de todas as suas outras encarnações, ou seja, todas nossas vivências individuais quando encarnado, somam-se em nosso Ser Íntimo (temporariamente esquecido), resultando no que Somos em nossa completude.

 

Assim, as pessoas que sentem um desejo de seguirem os caminhos da Magia Divina, sem dúvida alguma, já experimentaram em outras encarnações o uso de magias, sejam elas positivas ou negativas. O fato de estarem inclinados a este caminho demonstra a indicação da Lei Maior (ou Karma) a darem uma nova significação às suas experiências.

Neste estágio evolutivo, associado ao que temos aberto sobre os recursos da magia, o Mago da Magia Divina têm de aprender a simplicidade das coisas Divinas e a humildade para compreender que não é possível crescer sem o exercício do Amor e da Caridade.

 

Além destas questões intrinsecamente de cunho evolutivo pessoal com conseqüências positivas na coletividade, há a necessidade de que certas Iniciações sejam recebidas “na carne”.

 

Estes são denominados Iniciados no Meio ou Guardiões de Mistérios Divinos e ativam suas ações a partir da matéria, refletindo em toda a Criação, ao contrário do que fazem nossos Mentores Espirituais, que ativam suas ações benéficas a partir do plano astral, refletindo no material.

 

Portanto, a jornada do Mago, quanto encarnado, resume-se em duas questões básicas a serem compreendidas simultaneamente através da Iniciação na Magia Divina e de sua prática, sendo elas: a sublimação dos valores do Amor e da Caridade em si mesmo e a atuação energética a partir do plano material.

 

2. Quanto ao papel do Mago após o desencarne

 

Por ser iniciado em diversos Mistérios Divinos, o Mago passa a ser um agente da Lei Maior antes e após o desencarne. Isso significa que sua torna-se abrangente quanto ao auxílio do equilíbrio e sustentação da evolução.

 

Como já dissemos, ele age a partir de si, não sendo necessário o concurso de outros espíritos para desencadear ações, o que fará inevitavelmente que ele siga o caminho de auxiliar encarnados que atuam em religiões, principalmente as com crenças espiritualistas.

 

É claro que o fato de ser um iniciado no meio não significa que o Mago esteja totalmente desperto em seu potencial, tampouco que esteja SALVO! Sua caminhada, tanto quando encarnado como desencarnado, sempre o levará a desvendar cada vez mais os Mistérios ao qual foi iniciado, despertando gradativamente e equilibradamente seu potencial de realização, incluindo desafios e tropeços.

 

Mas, gostaria de esclarecer que quando vemos nossos irmãos espirituais utilizando-se de pontos riscados (mandalas), colares, espadas, flechas, pedras, ervas, fumo, incensos e outros elementos materiais, estão apenas ativando magias, de formas diferentes, para desencadear ações energéticas em benefício das pessoas que os procuram ou para terceiros.

 

Independente do nome ao qual os designamos, estes amigos espirituais são Magos ou Guardiões de Mistérios, assim como nós iniciados na carne, porém mais despertos em seus potenciais. Nós na carne temos um laboratório vasto para prática e aprendizado destes Mistérios e após o desencarne, poderemos utilizar os Mistérios aos quais fomos iniciados assim como nossos amados guias, mentores e assistentes espirituais os utilizam e sem dúvidas, seremos acolhidos por eles.

 

3. Quanto à ascensão espiritual do Mago na Magia Divina

 

Basicamente existem duas macro vias da evolução humana: a Religiosa e a Magística.

 

A Religiosa é o caminho da santificação e a magística é o caminho do conhecimento da Ciência Divina. Uma não é melhor que a outra, pois em um determinando ponto de nossa evolução, teremos que aprender as duas, ou seja, uma pessoa que opta por uma iluminação através da religião, procurará cada vez mais sentir Deus dentro de si, não buscando necessariamente os porquês da Criação, mas devotando-se ao trabalho do Amor e da Caridade. Já a outra via, a magística, quase sempre passa pela busca da resposta dos porquês, nem sempre produzindo coisas boas, pelo fato dos conhecimentos ocultistas, espiritualistas e científicos, até um certo ponto, serem neutros, ou seja, disponibilizam chaves tanto para beneficiar quanto para prejudicar, porém, sempre é uma evolução, por mais que não aparentem!

 

Assim, em um determinado momento, o religioso deverá aprender a manipular as energias e o magista deverá aprender o caminho de entrega à luz, para assim continuar evoluindo.

 

Particularmente, percebo que na Magia Divina, a forma de atuação dos Mestres de Magia sobre nós, seus tutelados, visa uma imediata união destes dois caminhos, gerando Magos que respeitam e caminham pelos desígnios da Luz, o que sem dúvidas nos leva a um ganho inestimável de crescimento.

 

4. Quanto à atuação da Lei Maior sobre um mago caído

 

Muito se fala sobre os Magos Negros, tão temidos ou adorados por certos espíritos ainda não esclarecidos, assim, não desejo escrever sobre o que eles fazem, pois existe literatura vasta sobre o assunto, mas sim, vamos esclarecer sobre as conseqüências que sofrerão e porque estão neste estado.

 

É inexorável que existe uma Justiça Divina atuando sobre toda a Criação. Esta Onisciência Divina segue caminhos que não nos é possível compreender totalmente, causando-nos às vezes uma sensação de injustiça, mas sem dúvida, nossa visão ainda é limitada.

 

Posso afirmar, em função da minha própria experiência, que todo o desvirtuamento tem um fim.

 

Percebo duas possibilidades: ou este fim é a transformação do “ponto de vista” do ser desvirtuado ou, aparentemente, é um reinicio de sua experiência espiritual, onde ele é totalmente destituído de tudo o que lhe é negativo e passa a uma nova caminhada, a partir da neutralidade.

 

Nos trabalhos que participo, tenho oportunidade de ver muitos espíritos desvirtuados, porém detentores de conhecimentos muito acima dos nossos, quando ainda estamos encarnados, serem transformados ao ponto de passarem a utilizar seu potencial para uma via evolutiva luminosa. Não quero dizer que passam a habitar esferas luminosas, mas passam a trabalhar para o benefício do próximo e não somente para o seu próprio.

 

Desejo fazer um adendo importante: é fácil olharmos um espírito caído e julgar-lhe, porém, nós hoje que buscamos um caminho luminoso e principalmente que temos inclinação para a magia, possivelmente já fomos ludibriados por nossa própria ilusão de Poder, aliada à inveja, à soberba, à sexualidade desenfreada, aos prazeres, etc., levando-nos a praticar atos criminosos, do ponto de vista espiritual.

 

Acredito que a melhor maneira de demonstrar a um espírito caído que existe outro caminho seja em primeiro lugar compreender que somos falíveis, portanto, estamos em pé de igualdade a eles; por segundo, por que caímos? Sabendo o porque caímos, saberemos onde está o erro e o que devemos corrigir.

 

Partiremos do seguinte conceito: para tudo o que fazemos temos uma responsabilidade assumida e um prazer satisfeito. A responsabilidade referida significa que todos nossos atos geram conseqüências e estas conseqüências sempre retornam ao seu desencadeador, ou em outras palavras, isso é o Karma, que sempre será assumido, independentemente da nossa vontade.

 

Assim, atos construtivos gerarão benefícios em nossa evolução, significando que aprendemos a lição, porém, atos destrutivos gerarão estagnações em nossa evolução, significando que não aprendemos a lição, portanto, teremos que refazê-la até acertar. Nada mais justo, certo!

 

Quando não fazemos corretamente, tornaremos a fazer para encontrar a forma correta (individual) de evolução.

A palavra Karma no ocidente é vista como algo ruim, pois se tem a idéia de ter que pagar algo, mas isso não é verdadeiro. Na realidade, apenas revivemos a situação para dar um significado melhor a ela.

 

Este esclarecimento é necessário, pois é a chave para a queda da maioria dos espíritos. Não assumir a responsabilidade por seus atos gera a sensação de injustiça, já que, agora acrescentando a segunda parte do conceito, aquele ato gerou para si a satisfação de um desejo.

 

Vamos dar um exemplo bem simples de nossa realidade quanto encarnados. Todos dizem que “usar drogas é ruim”, porém quando um jovem experimenta, percebe ser “bom”, pois lhe proporcionou liberdade, leveza, descontração e outros sintomas em função das propriedades alucinógenas e dissociativas inerentes ao uso das drogas.

 

Bem, o uso pontual gera prazer, porém a conseqüência de seu uso é prejudicial à saúde. Mas repito, o “uso pontual gera prazer” e este é o foco da pessoa: satisfazer seu desejo imediato. A pessoa voltada somente à satisfação de seus desejos imediatos não visualiza com clareza as conseqüências de seus atos e quando o retorno vem (responsabilidade sobre seus atos) o peso pode parecer grande demais, pois, o vício já tomou conta. Ninguém se vicia em drogas, ou em sexo, ou em poder, ou em álcool, mas sim, no prazer que sentem!

 

Agora imagine um espírito que aprende como utilizar a magia para satisfazer seus desejos viciados e destruidores de si e dos outros!

 

Digo tudo isso, pois em verdade, não existe um diabo, ou seja, uma entidade que foi criada por Deus ou que não foi criada por Deus e apareceu de repente para acabar com a humanidade.

 

Os “diabos” somos nós mesmos, os espíritos, quando estamos vivenciando profundamente nossos vícios por prazeres baixos, destrutivos e prejudiciais a si mesmos (apesar de não percebermos assim) e aos nossos semelhantes. Assim, surgem os Magos Negros! Espíritos como nós, que aprenderam muito sobre a manipulação das energias, dos seres e dos espíritos, porém, vivem em busca da satisfação de seus prazeres imediatos e individualistas, por meios funestos.

 

O mais interessante é que com o passar do tempo, estes espíritos passam a tomar consciência das conseqüências de seus atos. Isso ocorre quando a atuação da Lei Maior passa a ser sentida pelo espírito, tanto consciencialmente, quanto energeticamente. Após isso seu tormento aumenta, pois percebe que precisa voltar muito atrás para encontrar novamente o caminho para a luz.

 

Alguns voltam, assumem seus erros e passam, vamos por assim dizer, a prestar serviços comunitários para sua redenção.

Outros não assumem seus erros e ao perceberem o caminho que terão de enfrentar (pois esta redenção não é um caminho de flores) passam a cometer atos piores do que antes e se utilizarem de diversos artifícios para prolongar sua caminhada nas Trevas. 

 

De qualquer maneira, em algum momento eles são encontrados pelos executores da Lei Maior e seus auxiliares (incluindo Magos, Médiuns e outros instrumentos da Vontade Divina) passando a sofrer fortemente e irreversivelmente o retorno energético de seus atos. São destituídos de seus poderes, esgotados de suas energias viciadas e passam a viver em locais apropriados à sua redenção, que não vamos descrever para não nos alongarmos e por existir vasta literatura sobre o assunto.

 

O fato é que todo ato tem suas conseqüências e sempre retornarão ao seu desencadeador e este julgamento está nas mãos de nosso Criador, que nunca deixa passar despercebido um só ser existente em toda sua Criação.

 

5. Quanto à recompensa luminosa para o Mago virtuoso

 

Após o estudo anterior, eis aqui o lado inverso da evolução.

 

Quero iniciar dizendo que por recompensa da Luz entenda duas coisas: paz de espírito e muito trabalho!

 

A paz de espírito é alcançada pelo fato do espírito estar a caminho de se sentir livre de vícios destrutivos, dos desvios de propósito, das dúvidas e principalmente dos tormentos que a ignorância nos causa.

 

Quanto ao trabalho, não podemos dizer quando irá terminar, nem mesmo se um dia irá terminar! Portanto, para seguir à senda luminosa, é necessário gostar de servir e não permitir em momento algum que recaia sobre si o ócio.

 

Mas para explicar melhor o que é este trabalho, primeiramente devemos discernir bem um conceito errado, mas muito vigente nos meios religiosos.

 

Sabemos que existem seres luminosos que habitam a Luz e que nos incentivam a seguir este caminho. Sabemos também que nosso Criador é misericordioso e estende suas mãos e seu perdão a todos seus filhos, sem distinção e em qualquer tempo, desde que o indivíduo o queira e demonstre através de seu arrependimento. Por último, sabemos que existem as trevas e que os habitantes da Luz não suportam as vibrações viciadas e baixas destas regiões e vice-versa. Assim, paira uma pergunta: quem resgata, ampara e encaminha um ser das trevas para a Luz?

 

Quem executa esta função são os Guardiões de Luz que atuam nas trevas! Isso mesmo, Guardiões que Servem à Luz a partir das trevas e que em sua aparência são mais parecidos com os Grandes das Trevas do que com os espíritos luminosos.

 

No plano material temos os médicos, os professores, mas também temos os policiais, não é mesmo? Os policiais servem à ordem da sociedade e para isso muitas vezes se utilizam de ações enérgicas, chegando mesmo a se infiltrarem em para conhecer melhor os planos dos criminosos, dentre outros recursos que não são divulgados. Assim são os Guardiões da Esquerda, nossos irmãos Exus, tão conhecidos nas religiões de Candomblé e Umbanda, mas que atuam em toda a criação, sendo reconhecidos por outros nomes em outras religiões ou mitologias e em outras religiões, nem são conhecidos, mas lá estão trabalhando mesmo assim.

 

Devemos entender que Deus tem duas mãos: a direita acolhe e a esquerda reeduca; a direita incentiva à Luz e a esquerda decanta os vícios; a direita gera conhecimento Divino e a esquerda remove a ignorância profunda.

 

A partir deste esclarecimento, tratemos nossa ascensão à Luz do ponto de vista que podemos ser úteis tanto à direita quanto à esquerda de nosso Divino Criador, quebrando em nossa mente os preconceitos impostos por religiões e pessoas que não sabem o que ocorre na criação. Todos os que são viciados estão nas Trevas, mas nem todos os que estão nas Trevas são viciados!

 

Por isso, a recompensa que o Mago deve esperar é o trabalho fortalecedor de seu espírito e expansor de sua compreensão sobre a Criação, pois “doar a vida pelo irmão” não significa morrer, mas sim “doar o que há de melhor”, pois em última análise, quando fazemos pelo outro, estamos fazendo por nós mesmos, pois somos todos UM.

 

bottom of page